Em uma medida estratégica para facilitar a entrada de torcedores internacionais na próxima edição da Copa do Mundo, os Estados Unidos anunciaram um programa chamado “FIFA Pass”, que prevê prioridade no agendamento de entrevistas para vistos para quem comprou ingressos para os jogos. A iniciativa, apresentada pelo presidente Donald Trump, visa conciliar segurança, controle migratório e a promoção de um evento global de massa.
O programa consiste em um sistema de marcação de entrevistas consulares com prioridade: os detentores de ingressos poderão usar um portal especial para agendar suas entrevistas antes de muitos outros solicitantes. Apesar do favorecimento na fila, o processo de análise do visto mantém os mesmos critérios de avaliação — os candidatos ainda passarão por um rigoroso processo de verificação, segundo as autoridades americanas.
Para atender à demanda esperada, o governo reforçou o corpo diplomático: cerca de 400 novos agentes consulares foram realocados para postos-chave, para dar conta do volume crescente de solicitações de visto. Com isso, em cerca de 80% dos países, o tempo para obtenção de entrevista consular deve cair para 60 dias ou menos.
A decisão revela uma aposta ambiciosa da administração americana: atrair milhões de torcedores para o torneio, transformando a Copa em um motor econômico significativo. Estimativas apontam que o fluxo de visitantes possa gerar bilhões em atividades turísticas e empregos, reforçando a visão de Trump de um legado esportivo e econômico.
No anúncio da medida, realizado na Casa Branca, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, destacou a parceria com os EUA e a importância de facilitar o acesso dos torcedores ao Mundial. Para ele, a iniciativa reforça a ideia de que o torneio será “o mais aberto até agora”, com forte participação internacional e bom planejamento para receber visitantes de diversas partes do mundo.
Por outro lado, críticos veem riscos associados à medida. Embora o agendamento seja priorizado, ainda não há garantia de entrada automática no país: a concessão do visto depende da avaliação individual de cada requerente. Além disso, a lógica de priorização por ingressos levanta questões sobre justiça no processo migratório, especialmente para quem não comprou bilhetes, mas tem outros motivos legítimos para viajar aos EUA.
A iniciativa também ocorre em meio a tensões diplomáticas e preocupações relacionadas a vistos para diferentes nacionalidades. Houve relatos de imposição de novas taxas para vistos de não imigrante, o que pode afetar quem não se enquadra no programa especial para torcedores. Isso leva a especulações de que o “FIFA Pass” poderia beneficiar determinados públicos, ao passo que outros enfrentam obstáculos adicionais.
Para os aspirantes a torcedores que planejam ir aos Estados Unidos para acompanhar os jogos, a recomendação é clara: aproveitar o novo programa, submeter o pedido de visto o quanto antes e garantir todos os documentos necessários para agilizar o processo. A janela de oportunidade, apesar da prioridade, não elimina a exigência regular de comprovação de propósito e vínculo, típicos de pedidos de visto para eventos.
Se bem-sucedido, o “FIFA Pass” pode se tornar um modelo para futuros eventos internacionais, combinando facilidades consulares com salvaguardas de segurança. Para agora, resta observar se a estratégia dará conta de equilibrar fluxo turístico, controle migratório e a grandiosidade esportiva que a Copa exige.