Disputa Bilionária: Chef alega união estável com Gugu e aciona Justiça por parte da herança

A batalha judicial pelo espólio do apresentador Gugu Liberato ganhou um novo capítulo com a insistência do chef de cozinha Thiago Salvático em ser reconhecido como companheiro do comunicador. Salvático apresentou novo recurso à Justiça, pleiteando o reconhecimento de união estável homoafetiva com o apresentador e reivindicando, com isso, o direito a parte da herança estimada em mais de R$ 1 bilhão.

Desde a morte de Gugu, o inventário tornou-se palco de intensas disputas judiciais, inicialmente protagonizadas por Rose Miriam di Matteo, mãe dos três filhos do apresentador, que também busca reconhecimento formal de união estável. Agora, com a reentrada de Salvático na disputa, a complexidade do caso se intensifica, tanto no campo jurídico quanto na esfera pública.

O recurso de Salvático baseia-se em uma alegada relação afetiva de quase uma década com Gugu. O chef afirma que os dois mantinham uma vida conjugal estável, com viagens internacionais, convivência íntima e planos futuros em comum. No processo, há anexos como fotos, mensagens trocadas e registros de encontros que, segundo ele, comprovam a existência de um vínculo amoroso contínuo e duradouro.

O cerne da disputa está no reconhecimento oficial dessa relação. Caso a Justiça acate o pedido, Salvático passaria a ter os mesmos direitos sucessórios que um cônjuge legalmente reconhecido, dividindo o patrimônio bilionário que inclui imóveis no Brasil e no exterior, investimentos financeiros e receitas provenientes dos direitos de imagem e royalties do legado de Gugu.

A família do apresentador contesta veementemente a alegação. Representantes legais dos filhos e da mãe de Gugu sustentam que a relação entre ele e Salvático não configurava uma união estável, e que o vínculo alegado era apenas uma amizade próxima. O debate gira em torno da interpretação legal do que constitui uma união estável, especialmente quando envolve relacionamentos homoafetivos que, em muitos casos, foram mantidos longe do conhecimento público por receios sociais ou pessoais.

Do ponto de vista jurídico, o caso é delicado e pode estabelecer precedente. Especialistas em Direito de Família acompanham de perto os desdobramentos, apontando que, diante da ausência de casamento formal, a Justiça terá que se debruçar sobre provas subjetivas e circunstanciais para definir se havia ou não uma convivência pública, contínua e com objetivo de constituição de família — critérios legais para o reconhecimento de união estável.

Além da dimensão legal, o processo expõe questões emocionais, identitárias e sociais. A imagem pública de Gugu, durante toda sua carreira, sempre foi marcada pela discrição em relação à vida pessoal. Agora, essa reserva entra em confronto direto com os detalhes íntimos trazidos aos autos por Salvático, em busca de reconhecimento post-mortem de um suposto amor silenciado.

Enquanto a Justiça analisa os argumentos do novo recurso, o futuro da herança de Gugu permanece indefinido. O que antes era apenas um embate familiar agora se transforma em uma disputa ainda mais ampla, envolvendo identidades, afetos e um legado que ultrapassa cifras e atinge o âmago da memória de um dos maiores apresentadores da televisão brasileira.