Os pequenos produtores rurais das regiões Norte e Centro-Oeste passam a contar com um reforço importante para impulsionar a agricultura familiar. O governo federal lançou a campanha “AgroAmigo – Microcrédito pertinho da gente”, iniciativa que destina R$ 1 bilhão dos fundos constitucionais para financiar agricultores, pecuaristas, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas e extrativistas que dependem da produção para subsistência e geração de renda.
A nova modalidade de microcrédito é inspirada em um programa já consolidado no Nordeste e chega agora a duas regiões estratégicas para o país. Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o AgroAmigo pode beneficiar cerca de 100 mil famílias, ampliando o acesso ao crédito e fortalecendo a economia rural de base familiar.
Inclusão e desenvolvimento sustentável
O programa é voltado a agricultores de baixa renda, com renda bruta anual de até R$ 50 mil. Os valores disponíveis variam conforme o perfil do beneficiário: R$ 15 mil para mulheres, R$ 12 mil para homens e R$ 8 mil para jovens, com possibilidade de uma mesma família acumular até R$ 35 mil, desde que os membros estejam inscritos no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).
O crédito poderá ser aplicado em diferentes áreas do sistema produtivo. Entre as possibilidades estão a construção de reservatórios e armazéns, implantação de sistemas de irrigação, recuperação de pastagens e aquisição de equipamentos ou insumos. Também será possível investir em práticas voltadas à sustentabilidade, alinhadas ao compromisso do Banco da Amazônia, responsável por operacionalizar os recursos na região.
Agricultura familiar como pilar estratégico
Durante o lançamento, representantes do Banco da Amazônia ressaltaram a relevância do programa. Para o gerente executivo de Estratégias de Negócios da instituição, Misael Moreno, o AgroAmigo amplia o acesso ao crédito e fortalece a agricultura familiar como instrumento de redução das desigualdades regionais.
Além da instituição financeira, a cerimônia contou com a presença do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e de autoridades ligadas ao desenvolvimento agrário, à agricultura familiar e à bioeconomia.
Facilidade de acesso e fortalecimento comunitário
Um dos diferenciais do AgroAmigo está na desburocratização do processo de acesso ao crédito. A proposta é reduzir obstáculos históricos que afastavam pequenos produtores de linhas de financiamento, aproximando a política pública de quem vive em comunidades ribeirinhas, assentamentos ou áreas rurais isoladas.
A iniciativa não se limita apenas à injeção de recursos. Ela busca integrar crédito com apoio técnico, capacitação e políticas complementares, como programas de aquisição de alimentos e fomento à comercialização, garantindo que o produtor não apenas tenha condições de plantar, mas também de vender sua produção a preços justos.
Novo horizonte para o campo
A chegada do AgroAmigo às regiões Norte e Centro-Oeste representa mais do que uma medida econômica: é um passo estratégico para fortalecer comunidades tradicionais e consolidar a agricultura familiar como base do desenvolvimento sustentável. Ao facilitar o acesso a recursos financeiros, o programa abre espaço para que milhares de famílias possam investir, expandir a produção e melhorar sua qualidade de vida, sem deixar de lado o compromisso com o meio ambiente e a preservação cultural de seus territórios.
