Contaminação de água no Edifício Martinelli gera alerta e denúncias

Centenas de trabalhadores que frequentam o edifício Martinelli, no Centro de São Paulo (SP), relataram sintomas de intoxicação desde terça-feira (21), incluindo dor de cabeça, febre, diarreia e vômitos. Alguns casos chegaram a exigir atendimento hospitalar. A causa foi confirmada pela gestão municipal: ingestão de água contaminada após o vazamento de esgoto em um dos reservatórios do prédio.

O incidente, considerado o mais grave até o momento, expõe um problema recorrente no local, conforme relatado por servidores que cobram medidas efetivas. O edifício, que abriga seis secretarias e órgãos municipais, além de empresas terceirizadas, recebe mais de 5.000 pessoas diariamente.

“Na terça, o problema começou a ser percebido por volta das 11h, mas eu chego antes das 10h e já havia consumido a água”, afirmou um servidor, que prefere não ser identificado. O relato é comum entre os trabalhadores, que relatam experiências semelhantes.

Investigações em andamento

O vereador Nabil Bonduki (PT-SP) solicitou informações à Coordenadoria de Vigilância em Saúde de São Paulo (Covisa) sobre a qualidade da água consumida pelos servidores. Os primeiros resultados indicam a presença da bactéria Escherichia coli, que pode causar diarreia, infecções e outros problemas de saúde. Segundo Bonduki, mais de 300 servidores apresentaram sintomas relacionados ao consumo da água contaminada.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) também acionou o Ministério Público de São Paulo, pedindo que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) seja investigada pelo vazamento.

Repercussão e medidas imediatas

Após a identificação do problema, servidores foram orientados a trabalhar de casa temporariamente. No entanto, muitos que já haviam consumido a água antes da orientação enfrentaram os sintomas. A situação gerou indignação e reforçou a necessidade de manutenção preventiva e medidas para garantir a segurança hídrica no local.

O caso evidencia os desafios de infraestrutura e gestão em prédios públicos e reacende o debate sobre a qualidade da água fornecida em locais de trabalho. Servidores e parlamentares aguardam ações concretas para evitar novos episódios e assegurar condições dignas para os trabalhadores