Santiago Delgado: o historiador que transforma vivências em literatura reflexiva
O autor Santiago Delgado publicou seu primeiro livro, O Testemunho, em 2023 pela Editora Viseu, e desde então a obra tem repercutido com notoriedade entre o público, a crítica, a mídia digital, influenciadores literários e o mercado editorial nacional. Demonstrando talento e versatilidade, Delgado revela detalhes sobre sua trajetória, inspirações, próximos lançamentos e o legado que pretende deixar para a literatura brasileira.
Quando e como você começou a escrever?
Comecei a escrever durante o Ensino Médio. Escrevia contos nas aulas de Língua Portuguesa, mas não cheguei a publicar nada na época. Foi apenas em 2019 que reuni coragem (e também fui inspirado por alguns amigos) para publicar meu primeiro livro, que é O Testemunho.
Como escritor, quais são as suas principais inspirações?
Posso dizer que minhas inspirações para escrever são algumas das minhas vivências pessoais, minha formação enquanto historiador e os filmes e jogos de videogame que consumo ou consumi durante a minha vida. Para escrever O Testemunho em específico, posso dizer que me inspirei em Sin City e Red Dead Redemption II. Isso, é claro, além das inúmeras aulas de EAD durante a pandemia de COVID-19.
Quais elementos e gêneros você mais gosta de escrever?
Atualmente gosto de escrever sobre romance histórico, mas ainda pretendo abordar outros gêneros, como terror, suspense e ficção científica. Todos esses temas me interessam profundamente por igual.
Por que as pessoas devem conhecer os seus livros?
Diria que as pessoas deveriam conhecer meu atual livro e futuros lançamentos não apenas para apreciar as histórias que escrevo, mas também para refletir sobre questões passadas que permanecem atuais. Em meu primeiro livro, abordo temas como lealdade, amor e justiça, que estão profundamente conectados na trama.
Não pretendo me colocar como alguém que tem as respostas para todos os problemas do mundo, mas acredito que a literatura é uma excelente forma de provocar reflexões. Em um mundo de muitas certezas, é fundamental manter algumas dúvidas e questionamentos.
Portanto, acredito que o principal motivo para lerem meu livro — e os próximos lançamentos — é justamente este: um convite ao questionamento e ao possível despertar diante de qualquer tipo de fanatismo.
Quais as previsões para o próximo lançamento?
Por ora, não tenho uma previsão certa. Estou escrevendo uma prequela de O Testemunho e também uma continuação da história. Esta última se passará durante os eventos da Primeira Guerra Mundial, sob a perspectiva de um narrador onisciente. Ainda preciso realizar algumas pesquisas sobre o período e os acontecimentos históricos, por isso os próximos lançamentos não possuem datas definidas. Assim que houver novidades, divulgarei nas minhas redes sociais.
Sobre o futuro: seus leitores podem aguardar histórias a longo prazo?
Sim, eles podem aguardar. Não pretendo parar de escrever tão cedo e ainda quero explorar diversos outros temas. Há muito a ser descoberto não apenas no gênero de romance histórico, mas também em áreas como ficção científica, terror, suspense e até mesmo terror religioso. Espero conseguir desenvolver todos esses projetos ao longo do tempo.
Qual o legado deseja deixar para a literatura nacional?
Gostaria de deixar histórias que impactem positivamente as pessoas, mas que também as façam refletir sobre o mundo em que vivemos. Meu ofício como historiador e professor de História é justamente esse: analisar o passado para entender o presente e construir o futuro.
Acredito que devemos sempre refletir sobre o rumo que o mundo tem tomado. Se eu puder deixar um legado de reflexões, humildade e perseverança — além de histórias que encantem —, acredito que terei cumprido minha missão de vida: despertar a capacidade das pessoas de questionar as coisas. Afinal, vivemos (infelizmente) em um mundo fanatizado.