“Mulheres das Ervas”: uma coletânea literária que enraíza memórias, cura e resistência pelas mãos de mulheres que escrevem com o poder das folhas

Se existe um livro capaz de fazer o leitor sentir o aroma da alfazema, ouvir cantos ancestrais e tocar memórias profundas, esse livro se chama “Mulheres das Ervas”. A obra, lançada pela Editora Revista África e Africanidades, foi idealizada e organizada pela escritora e cientista social Nágila Oliveira dos Santos — e já nasce como um verdadeiro marco na literatura afro-diaspórica contemporânea.

Reza, folha e poesia.
Mais do que uma coletânea de contos, crônicas e poemas, Mulheres das Ervas é um manifesto sensível e poderoso. Um canto que celebra as mulheres que curam, plantam, conhecem, rezam e resistem por meio das ervas. São 41 vozes do Brasil, Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau, reunidas numa mesma ciranda literária que atravessa o tempo, o oceano e os silenciamentos históricos impostos pelo cânone eurocentrado.

“A proposta nasceu do desejo de visibilizar os saberes apagados, as personagens invisibilizadas, as palavras que curam e denunciam. É uma obra que escuta as folhas e reverencia as nossas mães ancestrais, sejam elas pretas-velhas, caboclas, erveiras, raizeiras, rezadeiras ou orixás”, explica Nágila.

Entre folhas e palavras: a cura e a denúncia
Cada texto desta coletânea é como um preparo ancestral de ervas: mistura afetos, memórias, denúncia social e um compromisso com a reconstrução de narrativas negras femininas. O conto “Qual erva usar?”, assinado pela própria organizadora, é um exemplo dessa força. Em tom lírico e visceral, narra as dores silenciosas de uma mãe negra diante da violência urbana e do genocídio da juventude preta — e, ao mesmo tempo, invoca o poder de cura das folhas, dos saberes ancestrais e da fé.

Literaturas que atravessam o Atlântico
A coletânea estabelece um diálogo poderoso com o continente africano, trazendo vozes de escritoras e escritores consagrados como a cabo-verdiana Fátima Bettencourt, a luso-angolana Ana Mendes, e o guineense Eliseu Banori. As narrativas ecoam experiências comuns a mulheres negras de diferentes territórios — parteiras, camponesas, mães, curandeiras —, em textos que emocionam, informam e transformam.

Reconhecimento e compromisso com a memória coletiva
Vencedora da Estatueta Helena Theodoro, no Prêmio Escritas Pretas 2022 da Academia Brasileira de Letras Pretas e Artes Pretas Originárias, a obra vem sendo aclamada por educadores, pesquisadores, artistas e leitores atentos à urgência de construir pontes entre literatura, ancestralidade e justiça social.

Leitura essencial para tempos de cura e resistência
Mulheres das Ervas é uma leitura obrigatória para quem deseja compreender e valorizar os saberes ancestrais femininos, para quem trabalha com educação antirracista, mediação de leitura e resgate cultural.

É também um livro que cura feridas e planta esperança — página por página, folha por folha.

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Título: Mulheres das Ervas
Organização: Nágila Oliveira dos Santos
Gênero: Contos, crônicas e poemas
Países participantes: Brasil, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau
Editora: Revista África e Africanidades
Ano: 2022 | Páginas: 192 | ISBN: 978-6599582868

Que a leitura deste livro seja, como dizem suas autoras, um banho de folhas para alma e uma reza coletiva contra o esquecimento.